Muito além dos jogos incríveis, o Super Nintendo também marcou época pelo visual único de seus cartuchos. Em uma era em que as capas físicas ainda tinham enorme importância, alguns cartuchos se destacaram não só pelo conteúdo, mas também pelo design — seja pelo formato, pela arte do rótulo ou até pela cor diferente do plástico. Hoje, essas edições viraram itens de colecionador e provocam uma mistura de nostalgia e admiração. Vamos relembrar cinco dos mais bonitos que passaram por nossas mãos — e que, só de olhar, ainda despertam aquele friozinho gostoso no estômago.
Zelda: A Link to the Past (cartucho dourado)
Mesmo sendo mais comum no Nintendinho, o cartucho dourado teve sua aparição no Super Nintendo com A Link to the Past, especialmente em versões promocionais ou limitadas. Esse dourado reluzente fazia a fita parecer uma verdadeira relíquia, digna de um herói. A icônica Triforce estampada na frente dava um toque quase místico, e muitos colecionadores consideram essa uma das versões mais bonitas e valiosas de toda a biblioteca do SNES. Além da beleza, havia toda uma aura de prestígio em ter essa fita na estante — era quase um troféu gamer.
O brilho dourado do cartucho contrastava com os tons sóbrios do console e dava um destaque imediato no meio das outras fitas. Era o tipo de fita que, mesmo sem ligar o console, já contava uma história. Quem tinha uma dessas podia se considerar um verdadeiro guardião de Hyrule.
Killer Instinct (cartucho preto)
A maioria dos cartuchos do Super Nintendo era cinza, o que tornava qualquer variação de cor algo especial. E Killer Instinct soube usar isso muito bem. Lançado com um cartucho preto fosco, a fita chamava atenção na hora. A arte sombria, com os lutadores em poses agressivas e uma tipografia afiada, fazia jus à atmosfera mais “madura” do jogo. Para muitos, parecia algo proibido — o que só aumentava sua popularidade nas locadoras e rodas de amigos. Era impossível não reparar nesse cartucho.
Além disso, o cartucho preto tinha uma vibe rebelde, como se o jogo dissesse: “aqui, o buraco é mais embaixo”. Era um contraste direto com os tons mais coloridos e cartunescos que dominavam a geração. Killer Instinct era o primo ousado que não ligava para regras — e o cartucho refletia isso perfeitamente.
Donkey Kong Country (arte vibrante)
O formato era o tradicional, mas o rótulo de Donkey Kong Country foi uma revolução visual. Os gráficos pré-renderizados da Rare impressionavam no próprio jogo, e a arte da fita capturava bem esse impacto. Com uma imagem cheia de movimento, profundidade e cores vivas, o cartucho transmitia a ideia de um game moderno e empolgante. Mesmo parado, parecia estar em ação. Era o tipo de cartucho que gritava qualidade só de olhar.
O uso de sombra e iluminação no rótulo fazia parecer que Donkey Kong estava prestes a saltar do adesivo. Era tão bem trabalhado que muitos guardavam a fita na posição certa na estante, só pra deixar a arte em exibição. Um verdadeiro exemplo de como visual e conteúdo se complementam.
Super Metroid (atmosfera sci-fi)
Poucos jogos do Super Nintendo conseguiram transmitir tanta emoção em sua arte de cartucho quanto Super Metroid. Samus em confronto direto com Ridley, em um fundo avermelhado e ameaçador, lembrava cenas clássicas de ficção científica. A composição parecia um pôster de cinema, com tensão e narrativa visual. Mesmo quem nunca havia jogado podia sentir que havia algo épico dentro daquela fita. Era um convite visual à exploração e ao suspense.
Além da ação sugerida na imagem, havia algo melancólico no olhar da protagonista. Como se o cartucho já antecipasse a atmosfera densa e misteriosa do game. Um detalhe curioso: muitos fãs guardam essa fita com cuidado extra por conta da beleza e do significado emocional que ela carrega. É mais do que um jogo — é uma peça de arte.
Chrono Trigger (design artístico)
Fechando a lista, temos Chrono Trigger, cujo cartucho exibia a arte do lendário Akira Toriyama. A ilustração mostrava Crono em ação contra um monstro de gelo, capturando o espírito de aventura e o estilo visual que mesclava mangá com fantasia medieval. A composição era detalhada, expressiva e cheia de vida — praticamente uma miniatura de capa de quadrinhos. Era o tipo de fita que dava orgulho de mostrar pros amigos, mesmo antes de ligar o console.
Cada personagem desenhado por Toriyama carregava uma personalidade única que transbordava mesmo em um espaço tão pequeno. A pose dinâmica de Crono e o cenário congelado davam uma sensação de urgência e heroísmo. Era o tipo de cartucho que você guardava com carinho, como se fosse uma relíquia de outro mundo.
O charme está nos detalhes
Seja pela cor do plástico, pela arte da capa ou pela memória afetiva que evocam, esses cartuchos mostravam como o design físico era parte da experiência de jogar. Em tempos de mídias digitais, relembrar essas obras plásticas é também resgatar uma parte da magia que só o Super Nintendo sabia proporcionar. Cada cartucho contava sua própria história antes mesmo do jogo começar, e isso não se encontra mais por aí.
E pra você? Qual era a fita mais bonita da sua coleção? Qual cartucho fazia seus olhos brilharem só de abrir a caixinha? Compartilhar essas lembranças é uma forma de manter vivo esse encanto — porque, no fim, não era só sobre jogar, mas sobre tudo que vinha junto com aquela experiência física, tátil e apaixonante.