O Game Boy Advance foi uma revolução portátil no início dos anos 2000, trazendo gráficos em 32 bits e uma biblioteca extensa de jogos criativos. Mas, como acontece com qualquer plataforma, nem todos os títulos resistiram bem ao teste do tempo. Muitos jogos do GBA envelheceram mal em termos técnicos — com controles travados, visuais confusos ou design de fases frustrante — mas ainda ocupam um espaço especial no coração dos jogadores.
A seguir, listamos jogos do GBA que estão longe da perfeição em 2025, mas continuam queridos pelos fãs pela nostalgia, originalidade ou pura diversão.
Castlevania: Harmony of Dissonance
Embora elogiado na época por trazer a fórmula “Metroidvania” de volta ao portátil, Harmony of Dissonance hoje sofre com gráficos exageradamente brilhantes e trilha sonora abafada. Os controles são bons, mas o design de mapas confuso e a pouca variedade de inimigos podem cansar. Mesmo assim, a presença de Juste Belmont e a vibe gótica mantêm seu charme.
F-Zero: GP Legend
Tentar capturar a velocidade frenética da série F-Zero no GBA foi uma façanha, mas o jogo hoje parece duro. As pistas são visualmente repetitivas, e a jogabilidade exige uma precisão que pode frustrar. No entanto, para os fãs de corridas arcade, ainda vale revisitar esse clássico.
The Legend of Zelda: The Minish Cap
Embora seja considerado um dos melhores Zeldas portáteis, Minish Cap tem problemas de hitbox e algumas decisões de design pouco intuitivas. Em telas modernas, os gráficos perdem um pouco da nitidez e os combates parecem rasos. Ainda assim, a mecânica de encolhimento e a direção de arte garantem seu lugar na história da franquia.
Golden Sun
Golden Sun foi um marco dos RPGs no GBA, com belos gráficos e um sistema de Djinn inovador. Mas hoje, as cutscenes longas, os diálogos arrastados e os combates lentos afastam novos jogadores. Mesmo assim, sua atmosfera mística ainda encanta quem teve contato na época.
Metroid Fusion
Metroid Fusion foi elogiado por sua narrativa mais presente e linearidade, mas isso hoje é justamente o que o faz envelhecer mal. Em comparação com os Metroid mais abertos, Fusion parece um jogo “engessado”. Ainda assim, sua ambientação tensa e momentos de perseguição com o SA-X garantem emoções fortes.
Final Fantasy Tactics Advance
Com visuais bonitos e sistema de combate tático profundo, FFT Advance foi uma pedida sólida no GBA. No entanto, as regras complexas, sistema de leis em batalha e ritmo lento tornam a experiência cansativa em 2025. Ainda assim, para fãs hardcore de estratégia, continua sendo um desafio digno.
Mario Kart: Super Circuit
Embora tenha trazido o caos de Mario Kart para os portáteis, Super Circuit hoje mostra limitações sérias. As pistas são estreitas, os controles escorregadios e a inteligência artificial, desbalanceada. Mas revisitar esse jogo é relembrar os bons tempos de multiplayer via cabo link.
Pokémon Ruby e Sapphire
São clássicos incontestáveis, mas hoje mostram sua idade. As animações são mínimas, a progressão é lenta e a ausência de mecânicas mais modernas (como itens seguráveis e sistema físico/especial equilibrado) pesa. Ainda assim, os monstrinhos da terceira geração continuam entre os favoritos dos fãs.
Fire Emblem
O primeiro Fire Emblem lançado fora do Japão foi um marco, mas hoje o jogo parece punitivo demais. Qualquer morte é permanente, e as animações demoradas entre turnos dificultam a fluidez. Mesmo assim, sua história épica e personagens marcantes garantem um lugar especial na memória tática.
Wario Land 4
Com um estilo gráfico único e uma proposta mais experimental, Wario Land 4 era divertido e excêntrico. No entanto, sua movimentação pode parecer estranha para os padrões atuais, e o humor exagerado nem sempre agrada. Apesar disso, é um jogo que marcou a época e ainda rende boas risadas.
Por que ainda valem a pena?
Apesar das limitações técnicas, esses jogos marcaram época por sua inovação, carisma e diversão pura. Em um tempo em que os portáteis buscavam experiências mais próximas dos consoles de mesa, o GBA entregava aventuras completas na palma da mão.
Revisitar esses títulos é voltar a uma era de ouro dos games portáteis. É reconhecer que, mesmo com defeitos, eles fizeram história e ainda podem render boas horas de diversão — especialmente se você tiver um GBA original, um emulador bem configurado ou até mesmo um console portátil moderno como o RG351V.
No fim das contas, envelhecer mal tecnicamente não significa perder valor. Pelo contrário: muitos desses jogos se tornam ainda mais interessantes justamente por mostrarem o quanto evoluímos — e por nos lembrarem de como era bom jogar por puro prazer, sem se importar com gráficos 4K ou taxas de quadros por segundo.