Na era de ouro dos 16 bits, cada cartucho escondia não só aventuras épicas, mas também pequenas surpresas que recompensavam os jogadores mais curiosos. Em um tempo sem internet para entregar respostas de bandeja, descobrir um easter egg em um jogo do Super Nintendo era como encontrar um tesouro secreto no quintal de casa. Nesta matéria, revisitamos alguns dos segredos mais incríveis — e às vezes bizarros — que marcaram essa geração inesquecível.
Super Mario World – A Floresta da Ilusão e a fase secreta Top Secret Area
Super Mario World é um dos jogos mais cheios de caminhos secretos do SNES, mas poucos sabiam na época como acessar a misteriosa Top Secret Area. Após desbloquear o caminho oculto na Floresta da Ilusão, o jogador encontrava uma fase sem inimigos, recheada apenas de power-ups — cogumelos, capas e Yoshi. Uma verdadeira sala de recompensas escondida pela Nintendo para quem prestava atenção nos detalhes do mapa.
Donkey Kong Country 2 – As moedas DK escondidas
Em Donkey Kong Country 2, não bastava terminar as fases — os jogadores mais dedicados iam atrás das moedas DK, que desbloqueavam um final alternativo. Algumas estavam tão bem escondidas que exigiam saltos milimétricos, uso preciso do barril e uma boa dose de tentativa e erro. Esse elemento de exploração tornou o jogo muito mais profundo do que aparentava.
The Legend of Zelda: A Link to the Past – Chris Houlihan Room
Esse talvez seja o mais lendário dos easter eggs do Super Nintendo. A sala secreta com rupees e uma placa com a mensagem “My name is Chris Houlihan” foi inserida como prêmio de um concurso da revista Nintendo Power. A sala só pode ser acessada através de um glitch muito específico, e ficou famosa por ser um mistério quase impossível de desvendar na época.
Metroid – Samus sem armadura
Em Metroid (lançado no NES e depois no SNES com Super Metroid), a revelação de que Samus era uma mulher já foi um choque para muitos jogadores. Mas havia ainda mais: se você terminasse o jogo rapidamente e com alto desempenho, a recompensa era ver Samus sem armadura. Um prêmio visual que se tornou clássico e incentivava o jogador a dominar cada aspecto do gameplay.
Street Fighter II – O carro destruído por Blanka
Em uma das fases bônus do clássico Street Fighter II, o jogador precisava destruir um carro o mais rápido possível. Mas um detalhe curioso: se Blanka fosse o personagem usado, a animação final mostrava o dono do carro chorando desesperado — uma piada visual que ficou marcada entre os fãs e não acontecia com nenhum outro lutador.
Chrono Trigger – O final secreto da equipe de desenvolvimento
Chrono Trigger é conhecido por seus múltiplos finais, mas um dos mais curiosos é aquele em que o jogador encontra a equipe de desenvolvedores da Square. Esse final só é acessível por meio de condições muito específicas (como vencer Lavos logo no início do jogo com a ajuda do New Game+). Uma homenagem criativa e carinhosa dos criadores para quem explorasse todas as possibilidades do jogo.
F-Zero – A nave escondida de Samurai Goroh
Em F-Zero, a nave Fire Stingray do piloto Samurai Goroh aparecia nas telas de título e nas cutscenes, mas seu paradeiro dentro das corridas era um mistério para muitos. Apenas em dificuldades mais avançadas e com determinadas configurações ela podia ser desafiada, tornando-se um tipo de “chefão secreto” do circuito futurista da Nintendo.
Super Metroid – Os animais que salvam Samus
Na reta final de Super Metroid, é possível libertar criaturas que ajudaram Samus durante o jogo. Se o jogador fizer isso antes da fuga final, verá uma pequena cápsula escapar do planeta em ruínas durante a cena de encerramento. Um detalhe sutil e emocionante, que mostra que a narrativa do jogo também vive nos pequenos gestos.
EarthBound – A mensagem para o jogador
EarthBound sempre foi um jogo cheio de momentos inusitados, mas um dos mais tocantes acontece ao final, quando o jogo quebra a quarta parede e agradece diretamente ao jogador pela jornada. Essa abordagem emocional e metalinguística era raríssima na época e criou uma conexão poderosa entre o game e quem segurava o controle.
Um legado feito de detalhes escondidos
Os easter eggs da era do Super Nintendo não eram apenas segredos bobos. Eles representavam uma filosofia de design que respeitava a curiosidade do jogador. Encontrar essas surpresas era um reconhecimento de que você tinha explorado além do óbvio, que tinha ido mais fundo no universo daquele cartucho. Em uma época sem guias, sem vídeos tutoriais, apenas a insistência e a paixão moviam as descobertas — e talvez seja por isso que esses segredos ainda vivem na memória de quem jogou.