O Nintendo 3DS foi uma revolução portátil no seu lançamento, oferecendo gráficos 3D sem a necessidade de óculos, uma biblioteca recheada de grandes franquias e a tradicional ousadia da Big N. Mas, mesmo com tantos méritos, alguns títulos envelheceram de forma notável. Seja por limitações técnicas, controles pouco intuitivos ou mecânicas ultrapassadas, esses jogos já não brilham tanto quanto antes. Ainda assim, continuam tendo um espaço especial no coração dos fãs.

Kid Icarus: Uprising

Lançado como uma tentativa de reviver uma franquia esquecida, Kid Icarus: Uprising trouxe Pit de volta com ação frenética, dublagem carismática e gráficos respeitáveis para a época. Mas com o tempo, os controles se tornaram o principal alvo de críticas. O uso obrigatório da stylus para mirar e do botão deslizante para mover o personagem resultava em desconforto, especialmente durante sessões mais longas. Mesmo assim, a personalidade vibrante do jogo e sua narrativa divertida fazem dele um clássico querido.

Resident Evil: Revelations

Para os padrões do 3DS, Revelations era um marco técnico. Gráficos impressionantes e uma atmosfera tensa provaram que o portátil podia, sim, entregar experiências mais maduras. Porém, hoje, com a disponibilidade da versão remasterizada para consoles mais potentes, fica evidente como a versão original sofre com texturas datadas, baixa taxa de quadros e controles limitados. Apesar disso, quem jogou no portátil na época ainda guarda uma memória carinhosa da experiência.

Paper Mario: Sticker Star

Apesar de visualmente encantador, Sticker Star dividiu opiniões com sua abordagem centrada no uso de adesivos como sistema de combate. A ausência de uma narrativa envolvente e personagens memoráveis tirou o brilho que a série havia conquistado com The Thousand-Year Door. Jogar hoje evidencia o quanto suas mecânicas eram repetitivas, mas também lembra como o jogo tentava inovar — ainda que de forma questionável.

The Legend of Zelda: Tri Force Heroes

Quando se pensa em Zelda, espera-se aventura épica, exploração profunda e uma boa dose de liberdade. Tri Force Heroes tentou apostar em um modo cooperativo criativo, mas esbarrou na execução. As partidas solo exigiam controle alternado entre personagens, quebrando o ritmo e gerando frustração. Mesmo assim, há um charme visual e uma proposta ousada que fazem o jogo valer uma revisita, especialmente com amigos.

Chibi-Robo! Zip Lash

Com uma pegada de plataforma 2D, Chibi-Robo! Zip Lash tentou atualizar a simpática franquia, mas acabou tropeçando em design genérico e uma jogabilidade que pouco empolgava. A repetição de fases, a física estranha e a falta de carisma contrastavam com o potencial do personagem. Ainda assim, a nostalgia fala mais alto, e muitos fãs insistem em defendê-lo como uma tentativa válida de manter viva uma das criações mais únicas da Nintendo.

Star Fox 64 3D

Remake de um dos shooters mais adorados da era Nintendo 64, Star Fox 64 3D trouxe gráficos polidos e vozes retrabalhadas. No entanto, sua estrutura linear, fases curtas e repetitividade ficaram mais evidentes com o tempo. A ausência de novidades significativas no conteúdo e os controles com giroscópio dividiram opiniões. Mesmo assim, dizer “Do a barrel roll!” ainda arranca sorrisos nostálgicos.

Mario Tennis Open

Os jogos de tênis do Mario sempre tiveram seu charme, mas Mario Tennis Open pareceu perder um pouco da alma. A falta de um modo história, jogabilidade simplificada e pouco conteúdo extra tornaram-no menos memorável que outras entradas da série. Hoje, parece mais um passatempo rápido do que uma experiência marcante, embora ainda divirta em sessões ocasionais.

New Super Mario Bros. 2

Apesar de divertido, New Super Mario Bros. 2 foi alvo de críticas por sua falta de inovação. A mecânica de coletar moedas em excesso perdeu o apelo rapidamente, e a sensação de “mais do mesmo” afastou parte dos fãs. Atualmente, a repetição das fases e o design pouco inspirado tornam evidente o quanto o jogo seguiu a cartilha sem ousadia. Ainda assim, é Mario — e por mais simples que seja, ainda diverte.

Fire Emblem Fates

Fire Emblem Awakening havia revivido a franquia com louvor, mas Fates exagerou na tentativa de replicar o sucesso. Três versões do mesmo jogo (Birthright, Conquest e Revelation) causaram confusão, e a narrativa se perdeu em clichês e personagens menos carismáticos. Revisitar hoje deixa claro como o foco comercial acabou pesando mais que a qualidade narrativa. Porém, os combates táticos ainda funcionam e agradam os fãs mais dedicados.

Sonic Lost World

A tentativa da SEGA de adaptar Lost World ao 3DS resultou em uma versão bem abaixo do esperado. Com problemas de física, câmera e level design frustrante, o jogo envelheceu rápido. Mesmo assim, sua estética colorida e algumas fases inspiradas ainda atraem jogadores curiosos ou fãs obstinados do ouriço.

O charme resiste ao tempo

Envelhecer mal não significa ser ruim. Muitos desses títulos marcaram época e fizeram parte da infância ou adolescência de milhões de jogadores. Seus defeitos são mais evidentes hoje, mas isso só destaca o quanto evoluímos como público — e como a tecnologia também avançou. No fim, ainda vale (e muito) revisitar essas pérolas do 3DS, nem que seja só para relembrar por que nos apaixonamos por elas em primeiro lugar.