O Super Nintendo Entertainment System (SNES), lançado no início dos anos 1990, marcou uma geração com seus gráficos coloridos, trilhas sonoras icônicas e jogabilidade refinada. No entanto, ao longo de sua existência, o console passou por diversas revisões e adaptações que mostram como a Nintendo soube modernizar e manter sua base fiel de jogadores. Conhecer essas versões é mergulhar fundo na história de um dos consoles mais amados de todos os tempos.

Super Famicom (1990)

A primeira versão do console foi lançada no Japão com o nome Super Famicom. Com um design mais arredondado e elegante, trazia botões coloridos e entradas específicas para os cartuchos japoneses. O Super Famicom chegou com títulos de peso, como Super Mario World, F-Zero e Pilotwings, que demonstravam o potencial da nova geração 16-bit. Essa versão rapidamente se tornou um sucesso de vendas, dominando o mercado japonês e estabelecendo uma sólida base de fãs.

Super Nintendo Americano (1991)

Para o mercado norte-americano, a Nintendo reformulou o design do console, adotando um visual mais quadrado e botões em tons de roxo. Essa versão também possuía um sistema de travas por região, que impedia a execução de jogos japoneses e europeus. No Brasil, o modelo chegou via Playtronic e fez história nas locadoras e casas de muitos brasileiros. Clássicos como The Legend of Zelda: A Link to the Past, Donkey Kong Country e Super Metroid foram destaque nesse período.

Super Nintendo PAL (1992)

A versão europeia do console manteve o visual do Super Famicom, incluindo os botões coloridos, mas com uma importante diferença técnica: operava em 50 Hz, enquanto as versões americana e japonesa usavam 60 Hz. Isso resultava em uma jogabilidade ligeiramente mais lenta e com faixas pretas nas bordas da tela, algo que afetou a experiência de muitos jogadores europeus. Mesmo assim, o SNES se consolidou como um sucesso também na Europa.

Super Nintendo Júnior (1997)

Lançado nos Estados Unidos como SNES Mini, o Super Nintendo Júnior foi uma revisão do hardware, com design menor, mais leve e moderno. O modelo aposentou a antiga saída RF e passou a usar conexões AV, otimizando a qualidade de imagem em TVs contemporâneas da época. Ele foi lançado como uma forma de estender a vida útil do console, já que o Nintendo 64 já estava no mercado, mas o Super Nintendo ainda possuía uma forte base instalada.

Super NES Classic Edition (2017)

Em 2017, a Nintendo relançou o console em uma versão miniatura com tecnologia moderna. A Super NES Classic Edition veio com 21 jogos na memória, conectividade HDMI e recursos inéditos como salvamento rápido e filtros gráficos. O grande destaque foi a inclusão de Star Fox 2, um título finalizado na década de 90 mas nunca lançado oficialmente. Além dele, jogos como Super Mario RPG, EarthBound e Contra III fizeram parte do pacote, oferecendo uma seleção de ouro para os fãs.

Modelos personalizados e edições especiais

Durante a era do SNES, várias edições especiais foram lançadas em parceria com marcas e franquias. Existiram modelos temáticos do Donkey Kong Country, Killer Instinct, Super Mario All-Stars e outros. Também houve unidades com cores e carcaças transparentes que hoje são itens raríssimos no mercado de colecionadores. Algumas edições promocionais foram distribuídas em lojas, campeonatos e feiras de tecnologia, aumentando ainda mais o fascínio pelo console.

Curiosidades e variantes de hardware

Além das edições oficiais, o Super Nintendo teve acessórios inusitados, como o Super Scope, o Mouse do Mario Paint e o Satellaview, um add-on japonês que permitia baixar jogos por satélite. Outra curiosidade famosa é o protótipo do Nintendo PlayStation, resultado de uma tentativa de parceria com a Sony. O projeto não seguiu em frente, mas serviu de base para a criação do primeiro PlayStation, alterando para sempre o rumo da indústria.

A influência no design de consoles futuros

O layout de controle com quatro botões frontais e dois superiores do SNES foi tão bem-sucedido que virou padrão para gerações seguintes de videogames. Além disso, o modelo de divisão regional e de relançamentos com melhorias inspirou muitas outras empresas a aplicarem estratégias semelhantes em seus próprios hardwares. O legado do Super Nintendo se reflete até nos consoles modernos da Nintendo, como o Switch, que mantém viva a filosofia de jogos acessíveis e criativos.

Impacto cultural e nos jogos

O Super Nintendo não só moldou o mercado de consoles como também consolidou gêneros e franquias que duram até hoje. RPGs como Chrono Trigger, Secret of Mana e Final Fantasy VI influenciaram toda uma geração de desenvolvedores. Jogos de plataforma como Super Mario World 2: Yoshi’s Island elevaram o nível gráfico e artístico com uso avançado do chip Super FX. Até hoje, muitos desenvolvedores citam o SNES como inspiração.

Onde jogar hoje

Atualmente, os jogos de Super Nintendo podem ser encontrados em serviços como Nintendo Switch Online, relançamentos digitais, consoles retrô e emuladores. A preservação desses clássicos permite que novas gerações descubram o que tornou esse console tão importante. Mesmo após décadas, sua biblioteca continua relevante e divertida, provando que bons jogos não envelhecem.

Um legado que ainda pulsa

O Super Nintendo permanece como um dos consoles mais adorados de todos os tempos. Suas várias versões mostram a preocupação da Nintendo em adaptar o console às necessidades de cada região e às evoluções do mercado. Hoje, é possível revisitar seus clássicos por meio de coleções digitais, consoles virtuais ou emuladores, mantendo viva a magia de uma era em que o gameplay era rei e a criatividade transbordava.

Mesmo com o passar do tempo, o SNES continua presente no coração dos gamers — seja por meio de relançamentos, speedruns em plataformas de streaming ou homenagens em jogos atuais. Seu impacto transcende o hardware e representa um momento em que os videogames deixaram de ser apenas passatempo para se tornarem arte, cultura e paixão global.