Desde sua estreia em 1996, Lara Croft, de Tomb Raider, se tornou um dos maiores ícones da história dos videogames. Inteligente, destemida, atlética e com um senso inabalável de aventura, ela redefiniu o papel da mulher nos jogos eletrônicos e conquistou uma legião de fãs ao redor do mundo. Mas, além das tumbas que explora e dos artefatos que descobre, há muitos detalhes sobre sua trajetória que ainda permanecem escondidos, como relíquias esperando para serem reveladas.
Neste especial, o Sou Caixista te levará a conhecer ou relembrar dez fatos curiosos e desconhecidos sobre Lara Croft, mergulhando em suas origens, bastidores, polêmicas e transformações que ajudaram a moldar essa lenda dos videogames ao longo de décadas.
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Lara Croft quase se chamou Laura Cruz
Durante os estágios iniciais de desenvolvimento do primeiro Tomb Raider, os criadores da personagem ainda buscavam uma identidade definitiva para a heroína. A ideia inicial era que ela se chamasse Laura Cruz, uma exploradora sul-americana com traços latinos e personalidade arrojada.
No entanto, por pressões comerciais e de mercado, os executivos da Core Design pediram um nome mais britânico, que pudesse se conectar com o público ocidental. Após vasculharem uma lista telefônica britânica, encontraram o nome “Lara Croft” — e ele foi escolhido por soar forte, elegante e inesquecível.
Lara foi inspirada em Indiana Jones e Tank Girl
A concepção de Lara Croft bebeu de várias fontes culturais. Indiana Jones foi uma das maiores influências: assim como ele, Lara é arqueóloga, enfrenta perigos em lugares remotos e lida com artefatos lendários. Mas sua atitude rebelde e seu estilo visual também foram inspirados em Tank Girl, uma personagem de quadrinhos britânicos conhecida por sua postura anárquica e autoconfiança.
Essa fusão de carisma, inteligência e ousadia resultou em uma personagem única, capaz de conquistar tanto pela ação quanto pela profundidade — algo raro nos games da década de 1990.
O primeiro Tomb Raider revolucionou os gráficos em 3D
Tomb Raider (1996) foi um marco técnico para a indústria dos games. Desenvolvido para o Sega Saturn e posteriormente para o PlayStation e PC, o jogo foi um dos primeiros a apresentar ambientes tridimensionais totalmente exploráveis com uma protagonista também modelada em 3D.
Isso pode parecer trivial hoje, mas na época era uma revolução. Lara foi uma das primeiras personagens femininas a se mover de forma fluida em um mundo tridimensional, com saltos, escaladas e enigmas que exigiam raciocínio espacial — um verdadeiro divisor de águas para a indústria.
A polêmica dos seios triangulares é real — e foi um acidente
Um dos detalhes mais lembrados (e polêmicos) da primeira versão de Lara Croft é o tamanho exagerado de seus seios. Durante uma entrevista, um dos desenvolvedores revelou que isso aconteceu por acidente: ao ajustar o modelo da personagem, ele aumentou a proporção dos seios em 150% em vez de 50% — e a equipe achou “engraçado demais para mudar”.
Esse detalhe acabou chamando muita atenção da mídia, gerando debates sobre sexualização nos jogos. Mais tarde, com o reboot da franquia, Lara foi redesenhada com proporções mais realistas e um foco muito maior em sua personalidade, inteligência e capacidade atlética.
Angelina Jolie não foi a primeira escolha para o filme
Quando o primeiro filme Lara Croft: Tomb Raider começou a ser planejado, muitos nomes foram cogitados para interpretar a heroína. Entre as opções estavam Catherine Zeta-Jones, Jennifer Lopez e Demi Moore. Mas a escolha de Angelina Jolie acabou sendo perfeita — não apenas pela semelhança física, mas pela intensidade e ousadia que ela trouxe ao papel.
Jolie mergulhou na personagem: aprendeu artes marciais, realizou boa parte das cenas de ação e incorporou a postura destemida de Lara com naturalidade. Sua atuação ajudou a solidificar ainda mais o mito de Lara Croft fora do universo dos games.
Lara Croft já entrou para o Guinness World Records
Poucos personagens de videogame conseguiram o que Lara Croft conquistou. Em 2006, ela entrou para o Guinness World Records como a “Heroína de videogame mais reconhecida do mundo”. Sua imagem foi utilizada em mais de 1.000 capas de revistas, ela apareceu em diversos comerciais e se tornou sinônimo de jogos de aventura.
Esse reconhecimento não veio à toa: Lara transcendeu o universo gamer e passou a ser reconhecida até por quem nunca segurou um controle. Seu impacto na cultura pop é inegável.
A Lara do reboot foi redesenhada para ser mais humana
Em 2013, a Crystal Dynamics lançou o reboot de Tomb Raider, com uma nova Lara Croft — mais jovem, mais humana, e emocionalmente complexa. Essa versão foi pensada para reconstruir a origem da personagem, mostrando sua evolução de uma arqueóloga inexperiente para a lenda que todos conhecemos.
O foco passou a ser o desenvolvimento emocional e psicológico de Lara, com cenas fortes, dilemas morais e desafios que exigiam muito mais do que força física. Essa abordagem conquistou uma nova geração de fãs e consolidou uma nova fase da franquia, mais madura e profunda.
Lara Croft já foi interpretada por sete modelos diferentes
Antes dos gráficos realistas permitirem representar a personagem com fidelidade nos jogos, a Core Design contratava modelos da vida real para representar Lara em eventos, convenções e campanhas promocionais. Ao longo dos anos, sete mulheres diferentes vestiram o figurino icônico da arqueóloga, participando de sessões de fotos, comerciais e entrevistas.
Cada modelo tinha a missão de incorporar o espírito aventureiro e elegante de Lara — algumas chegaram até a treinar com armas e parkour para parecer mais convincentes. Esse detalhe mostra o quanto a personagem era tratada quase como uma celebridade real nos anos 90 e início dos 2000.
Lara já enfrentou alienígenas, deuses e até clones de si mesma
Ao longo de sua longa trajetória, Lara Croft não enfrentou apenas armadilhas e mercenários. Em alguns dos jogos mais ousados da franquia, como Tomb Raider III e The Last Revelation, ela cruzou caminhos com forças sobrenaturais, entidades antigas, criaturas mitológicas e até clones criados em experimentos genéticos.
Esse aspecto místico da franquia sempre foi uma de suas marcas registradas, misturando ciência, história e fantasia em doses equilibradas. Lara não é apenas uma arqueóloga: ela é uma caçadora de segredos que desafia os limites do possível.
Ela inspirou dezenas de outras protagonistas femininas nos games
O impacto de Lara Croft vai muito além de seus próprios jogos. Ela abriu caminho para uma nova geração de personagens femininas protagonistas, como Aloy (Horizon), Faith (Mirror’s Edge), Bayonetta e até Ellie (The Last of Us).
Antes de Lara, era raro ver mulheres em papéis centrais em jogos de ação. Ela quebrou essa barreira com estilo, inteligência e carisma, provando que uma mulher podia carregar um jogo inteiro nas costas — com fôlego, profundidade e relevância.
O futuro de Lara Croft continua sendo promissor
Mesmo após quase três décadas desde sua criação, Lara Croft continua sendo uma das personagens mais importantes da indústria dos games. Com novos jogos em desenvolvimento, rumores de uma nova série de TV e constantes homenagens da comunidade gamer, seu legado segue vivo e em expansão.
A personagem evoluiu, amadureceu e se adaptou às mudanças do mercado e da sociedade — mas sem jamais perder sua essência. Ela continua sendo aquela que não hesita em saltar para o desconhecido, que enfrenta o perigo com coragem e que nos inspira a buscar nossas próprias aventuras.